Excursão para Tottori
- Jacqueline Okumura
- 24 de ago. de 2018
- 6 min de leitura
Atualizado: 25 de ago. de 2018
Esta viagem foi um pouco diferente das que eu estou acostumada, pois que eu me recorde desde a faculdade eu não participava de uma excursão e vou contar para vocês como ela aconteceu. Hora de partir, a agência de turismo Brastur Viagens (@brasturviagens), tinha determinado 3 cidades (Hamamatsu, Toyohashi e Kariya), onde poderíamos embarcar no micro-ônibus. Dirigi uns 30 min até Kariya, que era o ponto de encontro mais próximo de onde eu moro. Achei o local de encontro muito apropriado, pois tinha estacionamento para deixar o carro (quem mora no Japão sabe que esta é uma das preocupações constante quando saímos de casa “onde vou estacionar”), já que por aqui são poucas ruas que você pode deixar seu carro estacionado. Dia 13 de agosto de 2018, à meia-noite foi a hora que esta aventura começou. Todos prontos! Hora de entrar no micro-ônibus. Como a viagem é longa, a cada 2 horas tinha uma parada em local determinado pela agência de turismo para comprarmos algo para comer, beber, irmos ao banheiro e esticarmos um pouco as pernas. Chegamos em Tottori por volta das 5:30 da manhã, pois não tivemos nenhum imprevisto durante a viagem e permanecemos em uma parada de descanso até às 7:30 da manhã. Nesta parada tinha lugar para deitar, sentar, mesas para comer, loja de conveniência para comprar comida, bebida e banheiros. Como esta foi a última parada antes de iniciarmos os passeios programados para o dia, foi onde trocamos de roupa e colocamos roupa de praia. Às 7:30 da manhã fomos para a costa de Uradome, onde pegamos um barco de turismo (este é o site do passeio de barco www.yourun1000.com) e fizemos um passeio que durou cerca de 40 min, com direito a dar comida para as gaivotas e ter uma vista deslumbrante da costa de Uradome.
De volta para o micro-ônibus, fomos em rumo a praia de Higashihama que fica no distrito de Iwami, mas antes de chegar na praia fizemos uma parada em um mercado, pois as praias por aqui não têm aquele monte de barraquinhas e restaurantes a beira-mar. Chegamos às 11h da manhã na praia e podemos desfrutar o dia inteiro por lá, mar com poucas ondas e águas geladas (parecendo água de cachoeira) mas como o dia estava muito quente, foi uma delícia ficar dentro da água.

Esta praia também é conhecida como "Praia da Gruta"
Em frente à praia onde nós estávamos, tinha uma lanchonete que servia algumas coisas para comer e beber. Mas o mais importante, lá tinha chuveiro onde você paga ¥100 ienes por minuto e a água é super gostosa, porque depois de passar o dia todo no mar gelado, foi muito bom tomar uma ducha de água morna. Depois da ducha morninha é hora de entrar no micro-ônibus, que foi nos buscar às 17h para nos levar para o hotel.
O hotel que a agência nos reservou foi o Green Hotel Morris, um hotel super confortável e aconchegante que fica localizado no centro de Tottori. Para jantar, cada um ficou livre para escolher onde iria comer, como o hotel é bem localizado. Os meus amigos e eu saímos para caminhar um pouco pelo centro e fomos jantar no restaurante KinSatta, onde comi um belo “carbonara” que estava bem gostoso. Após o jantar, voltamos para o hotel, pois já estávamos cansados e no dia seguinte acordaríamos cedo.
O segundo e último dia de viagem começou com café-da-manhã tradicional japonês, com direito a arroz, macarrão, sopa e muito mais coisas que estamos acostumados a comer somente no almoço ou jantar. Mas também tinha torradas e geleias. Depois do café-da-manhã, voltei para o quarto para arrumar e pegar minhas coisas, porque as 8:30 da manhã já íamos pegar a estrada rumo as dunas de Tottori. Chegamos nas dunas por volta das 9h da manhã. O dia estava lindo e ensolarado perfeito para tirar várias fotos. As Dunas se estendem ao longo da costa por 16km, atingindo 2km de largura e uma altura de 90m, estas são consideradas as maiores dunas do país e fazem parte do Parque Nacional de Sanin Kaigan.
Paisagem encantadora das dunas que me fez lembrar uma viagem que fiz com a Renata (que agora está na Irlanda), quando fomos conhecer as dunas de Natal, no Brasil. Bom, voltando para Tottori, vale muito a pena a caminhada de uns 20 mim até o topo das dunas, onde tive uma vista privilegiada do mar com o contraste da areia amarelada das dunas.
Durante esta caminhada, tanto na ida como na volta, a sensação foi de estar no meio do deserto, apesar de não ter nem comparação com o tamanho de qualquer deserto, mas quando você está lá, é possível sentir como se estivéssemos no meio do nada, mas claro que com o conforto de andar mais alguns metros e poder comprar uma bebida refrescante.
Nas dunas você pode fazer algumas atividades como andar de camelo, voar de asa delta e praticar Sandboard. Confesso que fiquei com vontade de experimentar todas estas atividades, mas estava muito quente e eu não estava mais aguentando ficar em baixo daquele sol escaldante. Saindo das dunas tem algumas torneiras que você pode lavar os pés, e do outro lado da rua tem algumas duchas iguais as da praia, mas como eu estava de sapatilha e não queria ficar andando com elas molhadas, passei talco (dica: onde a areia estiver grudada na pele, é só esfregar talco de bebê que ela desgruda, isso vale para quando você estiver saindo da praia também). Outra dica importante é ir com um calçado fechado, porque se o dia estiver ensolarado a areia pode queimar seus pés.
Saindo das dunas fui me refrescar um pouco. Em frente à entrada ou saída principal das dunas, tem um local onde vende bebidas, comidas e lembrancinhas de Tottori. Depois de me hidratar, tomar sorvete e comer uma maçã bem gelada, fui para o museu de areia.

O museu de areia fica bem perto das dunas, cerca de uns 10 mim a pé, e a entrada do museu custa ¥600 ienes para adultos e ¥300 ienes para crianças.
O nome da exposição atual é "Os Países nórdicos”, que contém 22 esculturas gigantes de areia que foram feitas por 19 escultores de 9 nacionalidades diferentes Itália, Rússia, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Lituânia e Letônia.

As esculturas demoram em torno de 3 meses para ficarem prontas e ficam expostas por volta de 9 meses. Está já é a décima primeira exposição do museu.
O que dizer deste museu? As esculturas são realmente impressionantes, tanto pelo tamanho como em detalhes, e cada escultura tem seu significado e sua história dentro dos países nórdicos, que são formados por Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia, ilhas Faroé, arquipélago de Alanda e Groenlândia.
Saindo do museu, peguei o teleférico para voltar para as dunas, que pode ser usado tanto na ida como na volta do museu, e custa ¥300 ienes.

De volta para o micro-ônibus, às 13h nos despedimos das dunas e fomos para a cachoeira Amedaki que tem 40 metros de altura e fica localizada no “The Hyonosen Ushiroyama Nagisan Quasi-National Park”. Esta cachoeira está na lista das 100 melhores cachoeiras do Japão. Em meio a natureza e ao barulho das águas descendo pela cachoeira, a sensação de paz é maravilhosa e tive o prazer de ver um pequeno arco íris aos pés da cachoeira, o que foi simplesmente incrível. Ficamos em meio a natureza até às 17h, quando o nosso guia de viagem informou que era hora de partimos. A volta no micro-ônibus foi bem divertida e ficamos jogando bingo, o que rendeu muitas risadas e prêmios, bom com relação aos prêmios não tive muita sorte, mas com certeza as risadas valeram a pena. A volta foi o mesmo roteiro da ida com paradas para comer, ir ao banheiro e esticar as pernas. Chegamos onde eu peguei o micro-ônibus por volta de 1h da manhã, um pouco cansada, mas com certeza valeu a pena este cansaço. Conheci lugares incríveis, afinal quem diria que iria ter dunas de areia, praia e cachoeira em apenas uma viagem neste país que aparentemente é pequeno, mas com muitos lugares diferentes para se conhecer. Te vejo nos próximos posts.
Mapa com a localização das Dunas de Tottori
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